CRIAÇÃO DE COMUNIDADE DE ENERGIA RENOVÁVEL EM VOTAÇÃO NO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DE AVEIRO

Publicado por Frederico Raposo | Set 15, 2020 | Notícias (Revista Edifícios e Energia)

Criação de Comunidade de Energia Renovável – Proposta

Produzir energia eléctrica a partir de uma central solar fotovoltaica, partilhando-a pelos membros da comunidade a partir da rede existente de distribuição de energia – é esta a proposta apresentada por um munícipe de Aveiro ao orçamento participativo (OP) da cidade. Caso seja aprovada pelos munícipes, a comunidade de energia renovável (CER) de Aveiro deverá permitir que cada consumidor “participe na proporção da sua disponibilidade económica”.

Apresentada por Tiago Alves, a proposta ao orçamento participativo de Aveiro prevê a implementação de uma CER, com a energia gerada a ser distribuída através de uma Power Virtual Network – uma rede virtual. Através de uma central fotovoltaica a instalar “num espaço ou equipamento público”, energia será distribuída pelos membros da comunidade que integrem o projecto piloto “sem necessidade de existir qualquer ligação física entre a unidade produtora e os consumidores”, com o processamento a ser efectuado pelo operador da rede de distribuição de energia já existente, lê-se no documento que acompanha a proposta ao OP. A proposta, que propõe um investimento total de mais de 35 mil euros, prevê que cada consumidor “participe na proporção da sua disponibilidade económica”. A cada membro e autoconsumidor da CER será atribuída uma chave de partilha, através da qual será descontada do consumo “a parcela correspondente à energia produzida”.

Segundo o proponente, esta será uma “unidade piloto” que pretende tirar partido daquele que considera ser um “contexto legislativo favorável”. Para Tiago Alves, esta unidade será “importante para alcançar a quota de 47% de energia renovável no consumo bruto até 2030” prevista pelo Plano Nacional Energia e Clima, afirma em texto publicado este mês no portal Notícias de Aveiro.

Submetido no âmbito do Orçamento Participativo de Acção Directa (OPAD) da câmara municipal de Aveiro, cuja votação decorre até ao próximo dia 30 de Setembro, este é um projecto que pretende ser uma alternativa ao autoconsumo individual, ao “alargar o acesso às energias renováveis a consumidores que, por falta de espaço, estariam impossibilitados de beneficiar da oportunidade de produzirem a sua própria energia”. Para além disso, aponta Tiago Alves, “evita a necessidade de investir numa solução completa individual mais dispendiosa”, ao mesmo tempo que, por via de se tratar de uma comunidade de autoconsumidores, poderá “permitir uma melhor optimização e aproveitamento da electricidade produzida, reduzindo os desperdícios”.

O autor da proposta prevê que a potência a instalar seja de 27,3 kWp (quilowatt-pico) e que possa resultar numa produção anual de “cerca de 38000 kWh” (quilowatt-hora). Tratando-se apenas de uma CER piloto, o proponente acrescenta que, para a futura expansão, “as possibilidades são imensas”. Segundo o documento anexo à proposta, dos cerca de 35 mil euros propostos para a implementação do projecto piloto, mais de 26 mil provirão da autarquia local, enquanto os restantes 8500 euros serão investidos pelo próprio proponente.

Tratou-se de um estudo desenvolvido pelo Tiago Alves, que infelizmente em 2020 acabou por não ser comtemplado no orçamento participativo da Câmara Municipal de Aveiro.

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